Arte: Karlla Braga/estagiária sob supervisão e Rafael Werkema/CFESS
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. No entanto, falar sobre o meio ambiente hoje no Brasil é, sobretudo, refletir sobre conflitos ambientais de Norte ao Sul do país. Conflito pelo direito à terra, à água, aos manguezais, às florestas e à própria vida. Desastres criminosos e tragédias, como o ocorrido há pouco mais de 1 mês no Rio Grande do Sul. Para trazer o debate à categoria, o CFESS lança hoje uma nova edição do informativo “CFESS Manifesta” com reflexões sobre a questão.
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Nessa data, também trazemos à memória os assassinatos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, que completou dois anos, lutadores que tiveram suas vidas ceifadas, como tantos outros(as) ambientalistas, defensores e defensoras dos direitos humanos e do direito à terra.
O debate sobre a questão ambiental no Serviço Social está na luta pelo direito à cidade e à moradia da população atingida pelos desastres, barragens e devastação; da população sem-teto, da população indígena e ribeirinha e outras que tiram da natureza seu sustento. Ou seja, o informativo reforça a “necessidade de enfrentamento das expressões da questão ambiental, que é também social”.
E o Serviço Social nisso tudo?
O Código de Ética profissional orienta a defesa intransigente dos direitos humanos. Além disso, também defende a articulação com movimentos sociais, inclusive na defesa de direitos das populações atingidas por desastres e crimes ambientais. Para além dessa articulação, assistentes sociais também atendem, nos diversos equipamentos e políticas públicas, essas populações.
Por isso, torna-se necessário o debate, a fim de propor uma reflexão quanto à necessidade histórica da luta pela superação das diversas formas de exploração da natureza e necessidade de relação equilibrada do usufruto dos seus bens comuns, neste incluída a defesa dos direitos da classe trabalhadora.
O texto do informativo destaca ainda a situação de povos originários e a destruição sistemática de suas terras e territórios. “Se há a defesa de fato da sustentabilidade, por que as terras indígenas e os territórios quilombolas permanecem sem ser demarcados e regularizados respectivamente? E suas lideranças seguem sendo perseguidas e assassinadas? Considerando que esses grupos já estabelecem milenarmente práticas de continuidade e renovação da natureza”, indaga trecho do documento.
O novo “CFESS Manifesta” enfatiza que “compreender o mês de junho como um mês de memória e reforço das lutas ambientais realizadas pela classe trabalhadora, por ambientalistas, por movimentos sociais, pelos povos originários e comunidades tradicionais é reconhecer que a questão ambiental é uma questão humanitária e, portanto, não se restringe nem se resolve com a adesão a práticas individuais, mas requer a mobilização coletiva de toda a classe, incluindo o Serviço Social’.
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