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Terça, 18 de Outubro de 2022.

Especial Agenda 2023: planner, calendário e mais conteúdo para você, assistente social!
Confira o conteúdo digital da publicação

Olá, assistente social!

 

Nesta página você confere os “extratos virtuais” da Agenda 2023 – Nós, Mulheres, Assistentes Sociais de Luta! 

 

Seguimos na produção desse conteúdo digital como forma de ampliar o alcance do conteúdo da Agenda, bem como disponibilizar materiais que contribuam para o cotidiano profissional.

 

Evocando Clarice Lispector, quando diz que “liberdade é pouco; o que desejo ainda não tem nome” (da obra Perto do coração selvagem), convocamos a categoria a viver 2023 com esse espírito de busca, de inquietação e de crença num mundo em que a mulher seja reconhecida em sua potência plena.   

 

Aqui você vai encontrar:

 

O planner (planejador) mensal, que pode ser usado virtualmente ou impresso;

 

Os fundos de tela mensais para seu computador, com o calendário de lutas do Serviço Social;

 

Extensão da agenda: texto mulheres pretas resistem e existem

 

 


 

Card branco traz texto Nós, mulheres, assistentes sociais de luta, um computador com o planejador na tela

 

 

‘Planner’ (ou planejador) para imprimir

 

O ‘planner’, em arquivo PDF, possui 23 páginas coloridas no formato A4 (paisagem) e está pronto para ser impresso e utilizado. Possui os calendários mensais, de janeiro a dezembro, com espaços em branco nos dias, para agendar compromissos, tarefas etc. O documento traz também os textos, ilustrações e imagens que compõem as divisórias da Agenda 2023.

 

 

Baixe o e imprima o planejador (formato PDF)

 

 

‘Planner’ (ou planejador) para usar no computador

 

Caso não queira imprimir, você pode preencher o ‘planner’ no seu computador, que está em arquivo de Power Point. Basta preencher os campos de texto em aberto com seus compromissos diários.

 

Baixe o planejador para ser usado no computador (apresentação em slides/formato PPTX).

Atenção: é preciso descompactar o arquivo depois de baixado.

 

‘Planner’ (ou planejador) para usar on-line

 

Atenção: é preciso ter uma conta do Google e fazer o login, para que você você possa importar esse arquivo no Google Docs de Apresentação, e utilizá-lo on-line, como um planejador virtual. Para isso, tem duas formas: 

 

Opção 1 

 

  1. Clique no Link do Planner Assistente Social 2023;

  2. Ao abrir a tela do Planner, confira se você fez seu login (canto superior direito);

  3. Depois de logar, vá no menu Arquivo;

  4. Em seguida, selecione a opção Fazer uma cópia (da apresentação completa);

  5. Pronto, ela ficará salva no seu Google Drive.

 

Opção 2 

 

  1. Salve o planejador no seu computador 

  2. Abra o Google Docs de Apresentação

  3. Crie uma nova apresentação (em branco)

  4. No menu superior, vá em Arquivo/Configuração de Página/Personalizado, coloque as dimensões 29,7 x 21 cm e clique em aplicar

  5. Ainda no menu superior, vá em Arquivo/Importar slides, clique em upload e selecione o arquivo salvo. Selecione a opção tudo (para selecionar todos os slides).

  6. Apague a página em branco e pronto! Você poderá usá-lo on-line, preenchendo os campos vazios. Ele deve ficar assim: Planner Virtual 2023 Assistente Social

 


 

Imagem mostra computador com uma imagem de fundo de tela e o texto calendário digital 2023

 

 

Fundos de tela com calendário

 

Você pode usar as imagens e os calendários da agenda para colorir a tela do seu computador. Tem uma imagem para cada mês.

 

Como usar

 

  1. Clique na imagem, use o botão direito do mouse para salvá-la no seu computador
  2. Com a imagem salva no seu computador, clique com o botão direita sobre o arquivo salvo e escolha a opção Definir a imagem como fundo de tela
  3. Pronto, agora você tem o fundo de tela!

 

 

Janeiro 2023

 

Fevereiro 2023

 

Março 2023

 

Abril 2023

Fundo branco com formatos abstratos em verde, vermelho e amarelo traz ilustração de uma mão segurando um ramo e uma mulher com o símbolo da luta do combate a aids, ao lado esquerdo o perfil de uma mulher negra.

 

Maio 2023

 

Junho 2023

 

Julho 2023

 

Agosto 2023

 

Setembro 2023

 

Outubro 2023

 

 

Novembro 2023

 

Dezembro 2023

 

 


 

 

EXTENSÃO DA AGENDA

 

Texto: Mulheres Pretas resistem e existem

 

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

 

Por Patricia Maria* - assistente social da prefeitura de São Paulo  e conselheira do CRESS-SP

 

Inicio esse texto saudando nossas mais velhas, nossas ancestrais, que há séculos lutam contra o racismo, o machismo e todas as formas de violência contra o nosso povo. Peço licença a essas mais velhas, assim como peço licença às nossas mais novas, pois o ato de escrever para uma pessoa preta nunca é e nunca será um ato individual, é um ato político coletivo. 

 

Escrevo sobre o meu povo, escrevo para aquelas que vieram antes, assim como escrevo para aqueles que estamos gestando, nutrindo, educando. Escrevo para meu filho, escrevo para nossas crianças, que são nossa esperança mais bonita de futuro: nossos passos vão longe. 

 

E agora, vamos falar um pouco sobre a história que a história não conta?(1)

O ano era 1992, o local Santo Domingo (República Dominicana), que sediava o 1º encontro de mulheres afro latino-americanas e afro-caribenhas, que teve por objetivo dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. Desde então, o dia 25 de julho foi reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. 

 

Em terras brasileiras, foi no ano de 2014, por meio da Lei 12.987/2014, que o dia 25 de julho passou a ser considerado oficialmente com o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. 

“Femenagear” Tereza de Benguela  é também uma forma de femenagear e reverenciar a liderança, potência e resistência das mulheres pretas deste país. 

 

E você conhece Tereza de Benguela?

Pouco se sabe sobre a biografia de Tereza de Benguela(2) e, daquilo que se sabe, aponto que, durante o século XVIII, Tereza de Benguela, ou Rainha Tereza, como era conhecida, foi uma líder quilombola e esteve, durante muitos anos, à frente do Quilombo do Piolho, também conhecido como Quilombo do Quariterê(3), atual fronteira entre o Mato Grosso e a Bolívia.

 

Tereza foi responsável pela organização política, econômica e administrativa do Quilombo. No século XVIII, no auge da colonização, conseguiu sustentar seu quilombo por quase duas décadas. 

 

O quilombo resistiu até 1770 e não se tem registros de como Tereza morreu. Existe uma versão que conta sobre o suicídio de Tereza após ser capturada por bandeirantes, e uma outra que afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do quilombo.

 

Falando para nós: eu, você e o Serviço Social 

No período pós-abolição da escravatura, o Estado brasileiro não ofertou políticas sociais específicas as pessoas recém-libertas – a falsa abolição do Brasil relegou a população preta recém-liberta o lugar da ausência do Estado, situação que se mantém até os dias de hoje.

 

No dia 14 de maio de 1888, tínhamos uma “população recém-liberta” sem acesso à terra; sem acesso à educação, desempregada; desqualificada profissionalmente; sem políticas públicas que lhe garantissem a possibilidade de sobreviver.

 

Antes e depois da “abolição da escravidão”, as mulheres pretas exerceram papel fundamental na organização do povo preto. Uma de nossas referências acadêmicas e políticas, Lélia Gonzalez, no livro “Primavera para as Rosas Negras”, destaca: “ainda que o elemento masculino fosse maioria, em termos populacionais, as mulheres tiveram papel relevante no período pré e pós-abolição: organizando Quilombos, elaborando estratégias de luta e resistência, sendo uma força moral para seu homem, filho, filhos e irmãos de cativeiro (Lélia Gonzalez – Primavera para as Rosas Negras – página 38).

 

Como vimos até aqui, mulheres pretas estão sempre em movimento. Organizadas nos partidos políticos, nas associações de bairro, nos movimentos de mulheres; nos movimentos feministas antirracistas e tantos outros espaços de organização e vivências coletivas. Nosso lugar social e político é coletivo!

 

É das mulheres pretas o choro, mas também a liderança na busca por justiça por filhos/as desaparecidos/as e assassinados/as pela violência, principalmente aquela praticada pela polícia;

É de mulheres do campo: quilombolas, ribeirinhas, indígenas e muitas outras – o grito pelo acesso à terra;

 

É das jovens estudantes a cobrança crescente pela educação pública e de qualidade; 

 

Nós, mulheres pretas, dia após dia, consolidamo-nos como força motriz de mudança para uma sociedade livre de toda forma de preconceito, violências e discriminação. 

 

E costurando o protagonismo das mulheres pretas para transformação social, com a relevância do dia 25 de julho, destaco o “Julho das Pretas”, que se estende por todo o mês de julho, visa a fortalecer as ações coletivas das mulheres pretas, que seguem denunciando o racismo estrutural, as desigualdades, preconceitos e todas as expressões das violências praticadas contra o nosso povo.

 

E para nós, do Serviço Social, ler, estudar, falar, reverenciar, enaltecer as mulheres pretas que contribuíram para o fortalecimento da profissão é urgente e necessário. Assim como é urgente e necessário compreender as complexidades sociais, econômicas, culturais, de gênero e etnia da população atendida por nós, nos mais diferentes espaços sócio-ocupacionais.

 

Nesse sentido, destaco aqui a última e a atual campanha de gestão do Conjunto CFESS/CRESS, que versa sobre assuntos extremamente relevantes para nossa categoria profissional. 

 

No triênio 2017-2020, a campanha “Assistentes Sociais no Combate ao Racismo” trouxe, para centralidade do exercício profissional, o debate sobre as expressões do racismo, na profissão e em toda a sociedade. 

 

Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, nasce a “Frente Nacional de Assistentes Sociais no Combate ao Racismo”, articulação nacional de assistentes socias pretas e pretos, que buscam fortalecer e avançar coletivamente em ações antirracistas na formação e no exercício profissional do Serviço Social.

 

E no triênio 2020-2023, temos a campanha “Nós, mulheres, assistentes sociais de Luta!”, campanha que visa a valorizar o trabalho das assistentes sociais, bem como denunciar todas as formas de exploração de raça, classe e etnia. 

 

O Serviço Social é uma profissão composta predominantemente por mulheres, e, majoritariamente, mulheres pretas. Somos e estamos na linha de frente de importantes lutas sociais; somos e exalamos existência; contudo, para além de resistir, queremos existir em todas as esferas e dimensões da vida. 

 

*Patrícia Maria: filha do seu Tião e da dona Cema, irmã do Edson e da Luara, mulher preta, assistente social e mãe. Atualmente: mestranda no Programa Mudança Social e Participação Política (EACH-USP); trabalhado na Prefeitura de São Paulo/SP atualmente na Secretaria Municipal de Habitação; além disso, integro o Comitê Assistentes Sociais no Combate ao Racismo do CRESS-SP e componho a gestão 2020/2023 do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-SP) - “Em defesa do Serviço Social: nos encontramos na luta”.

 

1 - Samba-Enredo 2019: Histórias Para Ninar Gente Grande. Estação Primeira de Mangueira.. 

2 - Samba-enredo 1994: Tereza de Benguela – uma rainha negra no Pantanal. 

3 - O Quilombo do Quariterê abrigou mais de 100 pessoas, entre negros e indígenas. 

 

 

Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)

Gestão ‘Melhor ir à luta com raça e classe em defesa do Serviço Social’ (2020-2023)