Tem conferência, tem debate, tem exposição: acompanhe e veja as fotos do 18º CBAS
Data de publicação: 5 de dezembro de 2025
Fotos: Arte: Rafael Werkema e Fotos: Diogo Adjuto
Créditos: Diogo Adjuto
Se você ainda não conhece o Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), vale saber: ele é o maior e mais importante encontro da categoria no país. Com essa energia vibrante e debates potentes, a 18ª edição segue em Salvador até 7 de dezembro.
Nesta quinta-feira (4), duas conferências movimentaram o dia, trazendo reflexões essenciais sobre justiça ambiental e sobre a unidade exploração/opressão no capitalismo — temas que atravessam diretamente o cotidiano e os desafios da atuação profissional de assistentes sociais.
Também começou a exposição de pôsteres, um espaço pulsante de pesquisa e troca, e foi aberta ao público a mostra que celebra os 50 anos do CBAS, convidando todas as pessoas a revisitar essa trajetória histórica que segue inspirando a profissão.
Justiça ambiental e Serviço Social: você sabe por que tem tudo a ver?
A segunda conferência do congresso teve o tema “Justiça ambiental e defesa da diversidade de povos e biomas: o Serviço Social e sua contribuição no debate da questão ambiental”. A mesa contou com as palestras das professoras Raquel Sant'Ana (Unesp), Maria das Graças e Silva (UFPE) e do professor Patrício Ribeiro (UFAM).
A professora Maria das Graças trouxe uma análise contundente sobre a crise climática no atual estágio do capitalismo, revelando seus efeitos profundos e cada vez mais urgentes para a humanidade.
Em seguida, Raquel Sant’Ana ampliou o debate ao tratar da questão ambiental articulada à luta pela reforma agrária no Brasil e no mundo. Em sua fala, destacou a defesa da vida-liberdade e a força das construções solidárias no campo — iniciativas que resistem ao projeto predatório do capitalismo e reafirmam o direito à terra, ao alimento e à dignidade.
Fechando a mesa, o professor Patricio Ribeiro apresentou elementos essenciais para compreender como todos esses processos impactam diretamente o trabalho de assistentes sociais, apontando desafios contemporâneos que exigem posicionamento crítico, resistência e compromisso ético para enfrentar a realidade posta à categoria.
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Exploração/opressão e assistentes sociais: uma luta permanente
A conferência nº 3 do CBAS tratou da “Unidade de exploração/opressão da sociedade capitalista e os atravessamentos no trabalho profissional de assistentes sociais”. A mesa foi composta pelas professoras Cristiane Sabino (UFSC), Verônica Ferreira (UFRN) e Maria Helena Elpídio (UFES).
A professora Cristiane Sabino abriu a mesa com uma análise potente da conjuntura, destacando a unidade dialética entre exploração e opressões e como esse entrelaçamento marca profundamente a realidade brasileira no atual estágio do capitalismo. Sua fala evidenciou as raízes estruturais das desigualdades e os projetos de sociedade em disputa.
Na sequência, Verônica Ferreira aprofundou as contradições que atravessam a vida social, com ênfase nas relações de sexo-gênero e na lógica do sistema cis heteropatriarcal. Ela apontou como essas opressões se manifestam e impactam os diversos espaços sócio-ocupacionais onde assistentes sociais atuam, revelando desafios cotidianos que exigem posicionamento crítico e compromisso ético.
Encerrando a mesa, a professora Maria Helena Elpídio trouxe à tona as desigualdades étnico-raciais, evidenciando o caráter estrutural do racismo no Brasil e seus rebatimentos no exercício profissional. Sua análise ressaltou a urgência de enfrentar essas determinações históricas que atravessam a categoria e toda a sociedade.
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Diálogo e troca entre participantes
O segundo dia do CBAS terminou com o aguardado momento de lançamento de livros, quando participantes puderam conversar diretamente com autoras e autores das obras. E a boa notícia: os lançamentos continuam nesta sexta (5/12) e no sábado (6/12), assim como a exposição de trabalhos em formato de pôster.
Nesses mesmos dias, o 18º CBAS segue com uma programação intensa e essencial para a categoria: 10 plenárias simultâneas, abordando temas centrais do trabalho profissional, como o SUAS, SUS, educação, previdência, sociojurídico, criminalização da pobreza, tecnologias da informação e comunicação, luta anticapacitista, luta antirracista, seguridade social, combate à tortura, entre outros debates importantes.
A programação também inclui rodas de conversa e a exibição de dois filmes no projeto Cine-CBAS: “30 anos de Instrumentalidade do Serviço Social: histórico e legado” e “Previdência Social: 100 anos de lutas”.
O 18º CBAS segue até domingo (7/12), mantendo viva a direção crítica e coletiva que orienta o Serviço Social brasileiro.
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