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Quinta, 06 de Setembro de 2012.

Direitos humanos em debate: começa o Seminário Nacional
Movimentos sociais e Conjunto CFESS-CRESS denunciam casos de violação de direitos

Conselheira do CFESS Marylucia Mesquita na mesa de abertura (foto: Rafael Werkema)

Qual a concepção de direitos humanos queremos? Em que aspectos devemos avançar e quais resistências coletivas precisamos fortalecer? Foi a partir destas e de outras ponderações que teve início nesta terça-feira (4) o Seminário Nacional Serviço Social e Direitos Humanos. O evento, que segue até a quinta-feira, dia 6, é  realizado pelo CFESS e pelo CRESS-TO, na cidade de Palmas.

A mesa de abertura começou com a contribuição do Pró-reitor de extensão da Universidade Federal do Tocantins (UFT), George França, que representou o reitor da instituição, que não pôde comparecer. Ele ressaltou a importância de se pautar a discussão dos direitos humanos no espaço da universidade, em meio a profissionais em fase de formação.

Em seguida, o representante da nova gestão da ENESSO, Filipe Coelho, destacou que o seminário já começa com a indicação de ricos debates e da real necessidade da discussão e fortalecimento da luta pelos direitos humanos. "No contexto adverso em que vivemos, com as marcas das violações de direitos e limites à concretização dos direitos humanos no Brasil,  é fundamental que possamos refletir e construir estratégias, a partir de nossas entidades, conjuntamente", afirmou.

Representando a ABEPSS, a professora Maria Helena Elpídio falou sobre a parceria entre CFESS e ABEPSS, na defesa intransigente dos direitos humanos, "Acredito que estamos no caminho certo na proposta de qualificar e reforçar a direção de nosso projeto profissional e das diretrizes curriculares de Serviço Social na luta pela materialização dos direitos humanos a partir de nossa atuação",  explicou. 

Para a presidente do CRESS-TO, Rosinalva Alves, o debate dos direitos humanos é intrínseco à realidade social. "Nesse sentido, ressaltamos que essa terra em que estamos também apresenta um cenário cruel de violação dos direitos humanos, embora tão nova, mas é com a perspectiva de luta que esse evento demonstra a força de nossa categoria , que não se exime da busca por uma sociedade livre e democrática",  observou.

Completando a mesa, a coordenadora da comissão de ética e direitos humanos do CFESS, Marylucia Mesquita,  enfatizou sobre a importância da realização de um seminário de direitos humanos em uma universidade pública, que, como as demais, tem enfrentado o descaso do governo federal com o ensino público.  "Este é uma espaço que, para nós, representa a educação pública, gratuita, presencial, laica, socialmente referenciada e comprometida com os direitos da classe trabalhadora", disse a conselheira.

Marylucia Mesquita caracterizou o contexto atual da sociedade capitalista como um espaço de "ausência do sentido ético no fazer política, uma vez que tanto o mensalão como o processo eleitoral têm revelado uma expressão hegemônica da política como mercadoria, além de assistencialista, clientelista, em um contexto de avanço do conservadorismo. "Vivemos em uma sociabilidade desigual, que intensifica o racismo, a xenofobia, a homofobia, a lesbofobia e a transfobia. Precisamos de estratégias coletivas, fortalecendo alianças com movimentos sociais e com nossas entidades. É nesse cenário que o seminário de Serviço Social e Direitos Humanos tem o desafio de aprofundar o debate sobre a concepção critico de direitos humanos, na perspectiva da luta por uma sociedade emancipada, libertaria, baseada em valores radicalmente democráticos", completou.

Na atividade cultural, o evento continuou com a apresentação do grupo regional Cafundó do Brejo, que, por meio da quadrilha, tematizou o trabalho infantil como violação dos direitos humanos da criança e do adolescente.

Noite de debate
O público do seminário prosseguiu no debate no período da noite, com as palestras da Conferência "Direitos Humanos, sociabilidade e projeto ético-político", que iniciou com a fala da professora da PUC-SP, Lucia Barroco.

Para a professora, o seminário representa o inicio de um processo que já desencadeou o fortalecimento do debate sobre os direitos humanos, a partir dos seminários e debates estaduais preparatórios que ocorreram nos estados.  Lucia Barroco abordou a defesa dos direitos humanos como mediação para a construção de outra ordem societária.


Professora Lúcia Barroco palestrou na conferência (foto: Rafael Werkema)

"Para a real efetivação dos direitos humanos, é preciso o entendimento de sua concepção, o que nos remete à consideração da conjuntura atual de barbárie, reafirmada por políticas publicas de higienização, reforçadas pela criminalização dos movimentos sociais e pela militarização do cotidiano", explicitou a professora.

A professora da UFRN, Silvana Mara dos Santos, que também compôs a mesa da conferência,  abordou a concepção de direitos humanos defendida pelo projeto ético-político do Serviço Social, falou sobre a relação entre ética e direitos humanos, bem como sua materialização no trabalho do/a assistente social.

"As articulações com outros sujeitos coletivos, com outras categorias profissionais nos exigem também o entendimento critico da sociabilidade capitalista, do papel do Estado e do trabalho profissional na possibilidade de construirmos uma sociedade fundada na igualdade substantiva. Enquanto houver alguém sendo oprimido, nossa liberdade não estará em plenitude", detalhou.

Para o professor da Unirio e assessor político do CRESS-RJ, Jefferson Lee, "pensar direitos humanos é revisitar o exercício profissional do/a assistente social".  Segundo ele, a categoria de assistentes sociais tem nos direitos humanos um elemento transversal em sua atuação. 

Jefferson Lee foi o debatedor da mesa, abordando as análises realizadas pelas palestrantes. Ele ressaltou diferentes concepções da relação entre ética e direitos humanos e sua relação com o projeto ético-politico do serviço social. "É preciso saber precisamente como atuamos com os direitos humanos da população usuária, principalmente na lógica capitalista, que é incompatível com a materialização dos direitos em sua plenitude", finalizou.

Quem não se inscreveu pode assistir online ao evento, pelo link disponível no site do CFESS. (Clique e acesse)

CFESS na mídia
Ainda em Palmas, o Conselho Federal divulgou o seminário na imprensa local. No dia 3/9, a representante do CFESS no Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), professora Cristina Brites, concedeu entrevista à TV Capital, afiliada do SBT em Tocantins, falando sobre o evento e sobre a greve dos/as professores/as universitários federais.


Presidente do CFESS, Sâmya Ramos concedeu entrevistas aos veículos locais (foto: Diogo Adjuto)

Já no segundo dia de evento (4/9), a presidente do CFESS, Sâmya Ramos, foi entrevistada pelo programa Bom Dia Tocantins, da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo no estado. Em seguida, também falou com jornalistas da Rádio CBN, na qual também convidou a população tocantinense para os debates sobre Serviço Social e Direitos Humanos.

Leia o CFESS Manifesta do Seminário Nacional Serviço Social e Direitos Humanos

Veja mais fotos do evento:


Público atento ao primeiro dia de seminário (foto: Rafael Werkema)


Primeira conferência do seminário nacional (foto: Rafael Werkema)


Professora Cristina Brites deu entrevista ao SBT Tocantins (foto: Diogo Adjuto)

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Diogo Adjuto - JP/DF 7823
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