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Quinta, 17 de Maio de 2012.

Marcha reivindica aprovação de PL contra homofobia
Mobilização aconteceu em Brasília, no último dia 16. Assistentes sociais marcaram presença

Marcha Nacional contra a Homofobia coloriu o dia cinzento de Brasília (fotos: Rafael Werkema)

"Homofobia tem cura: educação e criminalização". Esta foi a chamada para a 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia, que aconteceu nesta quarta-feira, 16 de maio, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). A mobilização fez parte das atividades organizadas pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ABGLT) pelos direitos LGBT e que terminam hoje, dia 17, quando se celebra o Dia Mundial de Combate à Homofobia. Assistentes sociais e estudantes de Serviço Social marcaram presença na Marcha, que teve o apoio de diversas entidades, inclusive do CFESS.

"Pelo terceiro ano consecutivo, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de norte a sul do Brasil se dirigem à capital do país para denunciar a violência e a discriminação contra a população LGBT. O Governo Federal e o Congresso Nacional devem assumir o compromisso de enfrentar concretamente a chaga da homofobia", disse Carlos Magno, coordenador da Marcha.

A mobilização começou em frente ao Palácio do Planalto e seguiu até o Congresso Nacional. Representantes de diversas entidades, partidos políticos e movimentos sociais se manifestaram, exigindo a aprovação de um projeto de lei que criminalize a homofobia.

Os/as participantes também criticaram os recentes retrocessos do Governo Federal no que diz respeito às políticas públicas para LGBT, citando o veto ao material didático-pedagógico do projeto Escola sem Homofobia, que foi descartado por pressão dos fundamentalistas religiosos que têm mandato parlamentar no Congresso Nacional, a ausência da Presidente Dilma Roussef na 2ª Conferência Nacional LGBT, realizada em dezembro do ano passado, e o veto direto do Palácio do Planalto às peças publicitárias produzidas pelo Ministério da Saúde direcionadas a jovens gays e transexuais, na campanha de prevenção de aids no Carnaval desse ano.

A Marcha Nacional contra a Homofobia foi marcada também pela irreverência no momento de se cobrar do Executivo e do Legislativo ações em defesa dos direitos LGBT. Cantos como "Ô Dilma, pisou na bola, homofobia continua na escola!" e as bandeiras das cores do arco-íris coloriram a Esplanada. Faixas reivindicando o Estado laico, ou dizendo não ao racismo, machismo e homofobia, foram as mais frequentes.

Muitos/as estudantes, inclusive crianças, se juntaram à marcha, mostrando que a luta contra a homofobia e o preconceito deve começar desde cedo, ainda na escola. 


Pelo 3º ano consecutivo os/as assistentes sociais e o Conjunto CFESS-CRESS marcaram presença

Serviço Social segue na luta pelos direitos LGBT
Pelo terceiro ano consecutivo, assistentes sociais e estudantes de Serviço Social participaram da Marcha, bem como o Conjunto CFESS-CRESS, com representantes dos Regionais e do Conselho Federal.

"O Serviço Social vem, a cada dia, incorporando mais a luta pelos direitos da população LGBT", afirmou a professora de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB), Valdenísia Peixoto, citando a campanha nacional do Conjunto CFESS-CRESS pela liberdade de orientação e expressão sexual "O amor fala todas as línguas: assistente social na luta contra o preconceito". Cartazes foram distribuídos durante a mobilização.

A assessora especial do CFESS e assistente social, Adriane Dias, destacou outros instrumentos teórico-político-normativos do Conjunto CFESS-CRESS em relação à defesa dos direitos da população LGBT. "Temos nosso Código de Ética, que traz princípios em defesa da liberdade, autonomia, diversidade da pessoa humana, e de luta contra a discriminação por orientação sexual, gênero, identidade de gênero e etnia; a Resolução 489/2006, que estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, no exercício profissional do/a assistente social; e a Resolução 615/2011, que permite à assistente social travesti e ao/à transexual a utilização do nome social na carteira e na cédula de identidade profissional", completou.

Para o assistente social e conselheiro do CRESS-GO, Josué Vieira Filho, a participação da categoria em movimentos sociais, inclusive o LGBT, fortalece a luta por uma sociedade emancipada. "As mobilizações e as passeatas são momentos fundamentais em que concretizamos nosso combate às diferentes expressões de homofobia, lesbofobia e transfobia. Essa marcha nos possibilita cobrar de perto do Governo Federal e do Congresso Nacional os direitos LGBT", disse. Ele destacou também a participação dos/as assistentes sociais no controle social, especialmente nos conselhos de direitos em nível municipal, estadual e federal, para acompanhar de forma aprofundada a formulação, supervisão e da avaliação das políticas públicas.

No âmbito da universidade, o debate precisa ser ainda mais recorrente. Pelo menos foi o que disseram os/as estudantes de Serviço Social da UnB Hyago Brayhan e Lariza Cerri. Hyago afirmou que as universidades ainda são palco de expressões homofóbicas e, nesse sentido, é preciso que se discuta, de forma ampla, mas também aprofundada, a questão LGBT na Academia. Lariza fez críticas ainda mais contundentes: "Não é só o Serviço Social ou outros cursos de Ciências Humanas que devem abordar o tema, mas a Universidade como um todo".


A concentração da Marcha aconteceu em frente ao Palácio do Planalto e seguiu até o Congresso Nacional

Dia Mundial de Combate à Homofobia
Neste dia 17 de maio, o CFESS vem a público manifestar posição de respeito à livre orientação sexual e à livre identidade de gênero, somando-se à resistência coletiva do movimento LGBT, feminista e de todos aqueles que se propõem a desconstruir o patriarcado heterossexista.

Leia o CFESS Manifesta sobre o Dia Mundial de Combate à Homofobia lançado em 2011

Veja também o manifesto lançado Na 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT

Confira outras fotos da Marcha



















Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação

Rafael Werkema - JP/MG 11732
Assessor de Comunicação
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