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Segunda, 12 de Dezembro de 2011.

CFESS se manifesta sobre os resultados do ENADE
Conselho divulga nota e critica o mecanismo governamental de avaliação

Reprodução do site do ENADE

O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), órgão responsável por disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente Social em todo o território nacional, vem a público manifestar seu posicionamento sobre os resultados do ENADE/2010, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC).

O ENADE é um mecanismo governamental de avaliação parcial dos cursos que integram o Sistema de Ensino Superior Brasileiro, baseado na aplicação de prova com conteúdos de conhecimento geral e específicos, aos/às discentes ingressantes e concluintes de todos os cursos de graduação do país. A partir das respostas dos/as estudantes, o MEC atribui notas e conceitos aos cursos e instituições, o que tem favorecido o "ranqueamento" punitivo das instituições e reforçado a direção produtivista, mercantilizadora e privatista da política educacional brasileira.

Cabe esclarecer que um número significativo de estudantes dos cursos de Serviço Social, após amplo debate conduzido pela Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO), decidiu pelo boicote ao ENADE, entregando as provas em branco, como manifestação política de resistência à Reforma Universitária Governamental em curso, o que resultou em elevado índice de cursos que receberam baixos conceitos.

A divulgação indevida dos resultados nacionais pelo MEC, considerando as provas em branco como expressão de baixo rendimento, e a reprodução irresponsável destes resultados pela mídia, ocasiona em avaliações distorcidas e inverídicas sobre o desempenho dos cursos de Serviço Social, que não refletem a realidade da formação profissional nem as condições de funcionamento das instituições.

Assim, o CFESS repudia a divulgação e análise dos resultados nacionais do ENADE, sem considerar os elementos que compõem esse processo, visto que tais resultados estão distorcidos pelo elevado quantitativo de provas não realizadas em decorrência do boicote estudantil. Acreditamos que não é possível separar o modelo de avaliação da concepção de universidade e sociedade que se defende. Por isso, reafirmamos aqui a nossa luta em defesa de uma universidade pública, laica, presencial e de qualidade para todos/as os/as brasileiros/as, o que exige um formato de avaliação que priorize a totalidade do processo educacional, tendo como horizonte a existência de uma universidade que articule ensino, pesquisa e extensão, liberdade científica, didática e administrativa para produzir e socializar conhecimentos de forma crítica e comprometida com os interesses da classe trabalhadora.

Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
Gestão Tempo de Luta e Resistência (2011-2014)