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Terça, 07 de Fevereiro de 2023.

No Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, assistentes sociais reafirmam defesa de direitos dos povos originários
País registra crise humanitária sem precedentes em terra indígena Yanomami, na região norte

Card com fundo vermelho traz mensagem sobre o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas e a inserção de assistentes sociais nesta luta.Arte: Rafael Werkema/CFESS e Rebecca Santos/estagiária sob supervisão

 

Neste 7 de fevereiro, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, o Brasil é marcado por uma crise humanitária sem precedentes: a imprensa noticiou que cerca de 600 crianças de até cinco anos morreram de doenças evitáveis, entre 2019 e 2022, na Terra Indígena Yanomami (AM-RR). As fotos de crianças e pessoas idosas, em situações degenerantes de saúde e com desnutrição, foram divulgadas nos meios de comunicação e nas redes sociais, causando comoção dentro e fora do Brasil.  
 

Agravadas ao longo dos últimos cinco anos, as razões da crise são a desestruturação da assistência à saúde indígena e a invasão garimpeira, responsável por uma série de impactos sanitários, ambientais, socioculturais e econômicos sobre as comunidades. Mas o que o Serviço Social tem a ver com isso? 
 

Em recente evento realizado pelo CFESS e pela Abepss em 2022 - Seminário Latino-Americano e Caribenho Serviço Social, Povos Indígenas e Direitos Humanos - ao debater sobre “A formação e a intervenção profissional e os povos indígenas: desafios para o fortalecimento do projeto ético político”, as entidades presentes elaboraram uma Carta-Compromisso (clique aqui para acessar), evidenciando a importância de refletir a questão indígena numa perspectiva crítica e incidir nos projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação e da pós-graduação em Serviço Social, e no cotidiano do exercício profissional, contando com o diálogo e o protagonismo fundamental de profissionais indígenas em Serviço Social e das organizações e movimentos sociais dos povos originários.  

Clique aqui para ver os vídeos do Seminário Latino-Americano
 

De acordo com trecho da carta, “faz-se necessário que avancemos na defesa dos seus direitos que, há mais de 520 anos, lutam e resistem no seu direito mais básico: o direito à existência. Destacamos a necessidade de assumirmos a luta dos povos indígenas como uma luta dos coletivos do Serviço Social em toda a América Latina e Caribe. Lutar pela demarcação dos territórios indígenas, pela ampliação de acesso às políticas sociais específicas de assistência social, de saúde e de educação, pelo fortalecimento das ações afirmativas em ampliar o ingresso e a permanência dos povos originários na educação superior pública e nos espaços sócio-ocupacionais em que a profissão historicamente está inserida”.  
 
A destruição de direitos dos povos indígenas 
 
De acordo com entidades socioambientais, a ocupação do território, a destruição da floresta, a contaminação dos cursos de água promovidas pelo garimpo dificultam a manutenção e abertura de roças, a caça, a pesca e a coleta de frutos, as principais fontes de alimentação das comunidades.  

Além disso: mulheres são abusadas e exploradas sexualmente. O recrudescimento da violência cria um clima de tensão permanente. Os/As moradores/as ficam sitiados em suas próprias aldeias.Todo o quadro é agravado pelo desmonte da assistência aos povos indígenas. A violência do garimpo dificulta a presença de equipes médicas, a distribuição de medicamentos e alimentos.  
 

Card com fundo vermelho destaca o Dia Internacional dos povos indígenas e trecho da carta-compromisso das entidades participantes do Seminário Latino-Americano em 2022.

Arte: Rafael Werkema/CFESS e Rebecca Santos/estagiária sob supervisão

 

“A realidade do povo Yanomami nos leva a expressar revolta quanto à situação de crise humanitária vivida pela comunidade indígena, esperando que as medidas adotadas pelo governo atual sejam de recomposição de seus direitos violados, de retomada de suas terras e de suas condições de vida digna. Toda nossa solidariedade a este povo aviltado em sua cultura de respeito às florestas”, destaca a presidenta do CFESS, Elizabeth Borges.  
 

Dia da/o Assistente Social celebrou povos originários 
 

Para quem não se lembra, as comemorações do Dia da/o Assistente Social em 2021 destacaram o trabalho da categoria pela vida e resistência dos povos originários e comunidades tradicionais, com o slogan: “Há mais de 500 anos, sempre na linha de frente”. À época, as peças vieram reafirmar o projeto ético-político profissional na defesa dos povos originários e tradicionais, reforçando a inserção da categoria na luta e resistência junto às comunidades indígenas, quilombolas, ciganas e muitos outros, que estão não só campo, mas também nas cidades. 
 
“Sabemos que há assistentes sociais indígenas, presentes em coletivos que se organizam para responder a demandas específicas, que contam com nosso reconhecimento. A pesquisa do perfil profissional, com dados de 2019 e lançada em 2022, registra 114 pessoas pertencentes ao grupo étnico-racial indígena, mas o quantitativo atual deve ser bem maior. É por isso que o Conselho Federal, neste 7 de fevereiro, reafirma: questão indígena também é assunto para assistente social! Que possamos aprender com os povos originários o sentido da liberdade e de uma humanidade integrada ao meio ambiente”, completa Borges. 

Com informações do Instituto Socioambiental
 
Acesse aqui os materiais do Dia da/o Assistente Social de 2021

L
eia também: Questão indígena é assunto para assistente social

 

Conselho Federal de Serviço Social - CFESS

Gestão Melhor ir à luta com raça e classe em defesa do Serviço Social - 2020/2023

Comissão de Comunicação

Diogo Adjuto - JP/DF 7823

Analista/Jornalista

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