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Segunda, 21 de Outubro de 2013.

CBAS termina com desafios para o serviço social
Evento registrou mais de três mil participantes

Plenária ficou lotada durante o último dia de CBAS (foto: Rafael Werkema)Plenária ficou lotada durante o último dia de CBAS (foto: Rafael Werkema)

 

Com exatamente 3261 pessoas envolvidas, dentre palestrantes, participantes e trabalhadores/as, terminou na última sexta-feira (18) o 14º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), em Águas de Lindóia (SP).

 

A conferência de encerramento, com o tema “Trabalho do/a assistente social no contexto da crise do capital: desafios para a categoria profissional” trouxe as palestras das professoras Marilda Iamamoto (UERJ) e Carmelita Yazbek (PUC-SP). A primeira falou sobre o trabalho de assistentes sociais na realidade atual, abordando a questão da precarização e seus rebatimentos no exercício profissional. Ela ressaltou que as políticas anticrise são ainda mais devastadoras, pois privatizam lucros e socializam custos, agravando a já difícil situação de trabalhadores/as.

 

“Nesse contexto, torna-se fundamental a qualidade do trabalho de assistentes sociais, com respostas éticas, técnicas e políticas, como parte do trabalho social em todo o mundo, que identifica a nossa categoria com o conjunto da classe trabalhadora, suas formas de organização e de luta. Afinal, essa profissão não se confunde com assistência social, fazendo de nós muito mais do que meros executores e executoras de políticas públicas”, completou Iamamoto. 

 

Professora Marilda Iamamoto integrou a conferência final (foto: Rafael Werkema)Professora Marilda Iamamoto integrou a conferência final (foto: Rafael Werkema)

 

A professora Carmelita Yazbek, por sua vez, palestrou sobre a inserção do serviço social nas lutas e movimentos sociais no contexto de crise, bem como sobre a mobilização e a participação das entidades representativas do serviço social brasileiro nas conquistas e manifestações da categoria profissional no país.

 

Segundo a professora, o/a assistente social sofre as consequências da nova hegemonia liberal-financeira nos espaços nos quais atua. “Daí que pensar o serviço social com base em seus compromissos ético-políticos torna-se indispensável para nos opormos ao individualismo, ao conformismo e a ao conservadorismo da sociedade capitalista. Por isso, temos o papel de politizar a política social e de politizar a própria categoria profissional”, ressaltou Yazbek. Ela concluiu, destacando também a importância dos eventos, publicações, debates, promovidos pelo Conjunto CFESS-CRESS, pela ABEPSS e pela ENESSO, o que, segundo a professora, “permite atribuir às nossas organizações um caráter de intelectual coletivo, capazes de articular a inserção de assistentes sociais na construção de uma outra sociedade”.

 

Também na conferência de encerramento, professora Carmelita Yazbek (foto: Rafael Werkema)Também na conferência de encerramento, professora Carmelita Yazbek (foto: Rafael Werkema)

 

Entidades avaliam

Após a conferência, o público do CBAS assistiu à apresentação da sistematização dos eixos de apresentação de trabalhos e à prestação de contas do evento, que contou com participantes de todos os estados brasileiros, além de assistentes sociais de Angola, Argentina e Portugal.

 

Logo depois, na mesa de encerramento, a presidente do CRESS-SP, Eloísa Gabriel dos Santos afirmou que o 14º CBAS ficou para a história. “Esse congresso nos reafirmou que temos muito a fazer, as reflexões aqui acumuladas nos renovaram para seguirmos na construção coletiva em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, disse.

 

Para a presidente da ABEPSS, Regina Ávila, os debates mostraram a força do projeto profissional do serviço social brasileiro. “Com as conferências, plenárias e sessões de trabalhos, verificamos aqui a maturidade e o compromisso ético dessa categoria com o exercício profissional de qualidade e direcionado à defesa dos direitos humanos e de uma sociedade democrática e anticapitalista”, afirmou.

 

O representante da ENESSO, Jodeylson Islony, enfatizou a reafirmação da luta do serviço social por outro projeto societário, em aliança com os movimentos sociais. “A ENESSO reitera o compromisso político com a derrubada do capital e com o fortalecimento da formação de qualidade, na direção da emancipação humana. Valeu, assistentes sociais, valeu CBAS”, finalizou.

 

Entidades organizadoras do CBAS avaliaram o evento (foto: Rafael Werkema)Entidades organizadoras do CBAS avaliaram o evento (foto: Rafael Werkema)

 

Quem declarou o encerramento dos trabalhos foi o conselheiro do CFESS Maurílio Matos, que avaliou o 14º CBAS como um espaço de reflexão política e de reafirmação do projeto profissional. “Esse projeto pelo qual vimos lutando há mais de 30 anos ainda tem muito a dizer e a mostrar a essa sociedade, que sofre com a barbárie capitalista. Saímos daqui com uma agenda que reafirma e fortalece a luta pela construção coletiva de um novo projeto societário, radicalmente democrático e voltado para a defesa intransigente dos direitos humanos e dos interesses de toda a classe trabalhadora”, completou.

 

CFESS Manifesta

Para o 14º CBAS, o Conselho Federal elaborou uma edição especial do CFESS Manifesta, em que reafirma a direção hegemônica do serviço social brasileiro, na direção da emancipação humana, e apresenta as lutas e desafios para a categoria profissional. Clique aqui e leia o documento

 

Poesia lida no encerramento do 14º CBAS

"Em tempos de capital fetiche,

e fortalecimento do projeto neoliberal,

Discutimos nesse 5 dias,

Os impactos da crise,

na atuação profissional.

As mesas de debates,

apresentações e exposições

o direcionamento ético politico,

e a busca de transformações.

Formação profissional,

Conjuntura, direitos humanos,

Seguridade e mobilização.

Ah CBAS que nos deixas desafios;

Para ficarmos atentos e fortes

E não cairmos nos trocadilhos.

Sem movimento não há liberdade,

Fomos para rua, cantamos o samba,

E balançamos a cidade.

Por uma sociedade sem capital,

Contra o racismo, o machismo e o projeto neoliberal,

Contra homofobia,

Exploração do trabalho e privatização

Judciacialização da questão social

E limpeza étnica no itaquerão.

Na defesa de uma intervenção,

Critica marxista, como ponto a se nortear,

Uma sociedade socialista.

Cavar trincheiras, erguer barricadas,

Em defesa de politicas públicas menos precarizadas.

Este cbas vai sair botando brasa,

pela defesa de um exercício profissional,

Público laico e critico,

Para atuação cotidiana do nosso projeto ético politico!

 

(Júlio Cezar de Andrade, assistente social) 

 

Quem participa do CBAS

O CBAS reúne assistentes sociais do Brasil e, agora, do mundo. Há também espaço para a participação de estudantes. Cada pessoa vem com uma expectativa, um objetivo. Querem socializar experiências de trabalho, apresentar artigos ou pesquisas na área, conhecer de perto autores e autoras que produziram e produzem conhecimentos sobre a profissão e a sociedade. Tem gente que vai ao congresso para reencontrar amigos e amigas. Ou seja, muito mais do que espaço de reflexão e de pesquisa, ele fortalece e integra a categoria e a profissão. Cada personagem aqui fez um esforço para poder estar no evento. E a organização do CBAS procurou responder a estes anseios na mesma proporção. Com a palavra, você participante:

 

Anavilde Kasessa (esq.) e Silvana Martínez (dir.) avaliaram suas participações no CBAS (fotos: Diogo Adjuto)Anavilde Kasessa (esq.) e Silvana Martínez (dir.) avaliaram suas participações no CBAS (fotos: Diogo Adjuto)

 

“Para nós, é uma experiência única participar do CBAS, para conhecer a experiência do serviço social brasileiro e apreender estratégias para a nossa atuação em Angola, de acordo com o contexto em que vivemos. A profissão em nosso país é recente e nosso desafio fundamental é encontrar um espaço, em nível de instituições representativas, espaço que já é consolidado no Brasil”.

Anavilde Kasessa, assistente social angolana

 

“Volto a meu país extremamente motivada, por ter presenciado o alto nível de debate em que se encontra a profissão no Brasil, com um nível intelectual elevado, comprometida com a luta e resistência e com o povo brasileiro. Depende de nossa atuação e de nossa vontade o fortalecimento do projeto ético-político para a América Latina, e a Argentina está aqui para fortalecer os laços com o serviço social brasileiro’. 

Silvana Martínez, assistente social argentina 

 


Clique nos links abaixo e confira a cobertura completa do CBAS: 

 

Ato público é política, samba e poesia


Penúltimo dia de congresso debate saúde, previdência social, questão urbana e articulação internacional

 

CBAS recebe assistentes sociais de outros países

 

Ética, questão social e saúde marcam as palestras do segundo dia do CBAS

 

Com três mil participantes, começa o 14º CBAS em Águas de Lindóia

 

Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação

 

Diogo Adjuto - JP/DF 7823
Rafael Werkema - JP/MG 11732

Assessoria de Comunicação
[email protected]